Apesar da experiência internacional e qualidade de seus atletas, boa campanha dos leões passará provavelmente pelo desempenho do craque ex-Chelsea
Por: Luis Henrique de Sá Perles
República dos Camarões
Presidente: Paul Biya.
População: 20. 549. 221.
Capital: Yaoundé.
IDH:0,460.
PIB:40,10 bilhões.
Moeda: Franco CFA
Principais cidades: Douala (1.338.082
habitantes), Yaoundé (1.299.369) e Garoua (436.899).
Fronteiras: Nigéria (oeste), Chade
(nordeste), República Centro Africana (leste), Guiné, Gabão e Congo (ao sul).
Idioma: Francês e Inglês.
Participações em Copas: 7 (1982, 1990, 1994, 1998, 2002, 2010, 2014).
Conheça um pouco da história de Camarões:
O país localizado na área ocidental da África, foi ocupado nos primeiros séculos pelos Bakas (pigmeus
africanos) que habitavam a região sul e leste do território. Poucos séculos
depois, foi a vez da região norte ser dominada pelos pastores islâmicos do povo
Fulani, que expulsou toda população não muçulmana do local, dividindo o país.
Assim como no Brasil, os
portugueses por volta de 1500 chegaram ao território, mas não resistiram as
doenças locais como a malária, não conseguindo dominá-lo. Algo que ocorreu
apenas três séculos depois em 1884, quando alemães conquistaram as terras
camaronesas. Após a segunda guerra mundial e a derrota alemã, o país foi
dividido entre o Reino Unido e a França.
E esta nova divisão afetou o
estado até a década de 60, quando a parte francesa se tornou independente,
recebendo o nome de República dos Camarões. Um ano depois a parte inglesa se
dividiu e através de um plebiscito, a metade norte se anexou a Nigéria e parte
mais ao sul formou um novo país denominado Camarões Ocidentais. Apenas em 1972, o
presidente Ahmadou Ahidjo determinou por
meio de nova constituição a união das repúblicas, formando o atual território
camaronês.
Como a maior parte dos países
africanos, o Camarões tem uma economia frágil baseada na agricultura e na
pecuária, necessitando de parcerias com países europeus, como
Alemanha, França, Estados Unidos, Bélgica, Espanha, Itália, Luxemburgo e Holanda.
Mesmo nas cidades de maior
relevância como a capital Yaoundé é comum encontrar ruas sem asfalto e vários
bairros sem tratamento de esgoto. As favelas e lixões a céu aberto
também fazem parte das paisagens de diversas cidades, em especial no interior
do país.
Cultura
O país é dividido em termos de
religião. Metade da população é cristã, e a outra metade se divide entre as crença locais
das antigas tribos e o Islamismo. O povo camaronês, aliás, é marcado pela
miscigenação de povos e etnias que formam uma cultura toda especial ao país.
Sua composição étnica atual é de 31% de população de origem camaronesa, 19 % da
tribo Bantos, 11% dos Quirdis, 10% dos Fulanis e 29% de outros grupos étnicos.
O prato nacional dos Camarões é
Ndolé, um cozido constituído de folhas amargas e nozes com carne de peixe ou
cabra. Os camaroneses, assim como os brasileiros consumem ainda um alto
percentual de mandioca, inhame, arroz, banana, batata, milho e feijão que
formam o cardápio diário deste povo.
A música também é destaque na
cultura local, e o estilo mais famoso e de sucesso por lá é mesmo a Makossa que
tem forte influência do Jazz, músicas latinas e highlife. A Makossa se difundiu
no país na década de 60 através dos músicos como Manu Dibango[1] e ficou conhecida no mundo inteiro após a última Copa, na África 2010,
quando a colombiana Shakira cantou a música tema do mundial utilizando-se do
ritmo camaronês.
Futebol Local
O futebol camaronês padece com a
baixa estrutura e orçamento de suas equipes. A maioria dos talentos do país saí
cedo, antes mesmo de se profissionalizar, para as ligas europeias como a belga,
francesa, suíça, alemã dentre outras.
A equipe mais vencedora e
conhecida do futebol local, que é o primeiro esporte do país, é o Coton Sports
com doze conquistas sendo o atual campeão da liga camaronesa, seguido de perto
pelo rival Canon Yaoundé com dez conquistas. O campeonato local é formado por
19 equipes sendo encerrado em agosto e atualmente liderado pelo Unisport da
cidade de Bafang.
Dos 28 atletas pré-convocados
apenas dois atuam na liga nacional, o goleiro Feudjou e o lateral direito
Cedric Djeugoue, ambos do Coton Sports.
Seleção Camaronesa
Lista de convocados:
Goleiros
Guy-Rolland Assembe (Guingamp),
Loic Feudjou (Coton Sport), Charles Itandje (Konyaspor), Sammy Ndjock
(Fethiyespor).
Defensores
Benoit Assou-Ekotto (Tottenham
Hotspur), Henri Bedimo (Olympique Lyon), Gaeten Bong (Olympiakos Piraeus),
Aurelien Chedjou (Galatasaray), Cedric Djeugoue (Coton Sport), Jean-Armel Kana
Biyik (Stade Rennes), Nicolas Nkoulou (Olympique Marseille), Dany Nounkeu
(Besiktas), Allan Nyom (Granada).
Meias
Enoh Eyong (Antalyaspor), Raoul
Cedric Loe (Osasuna), Jean Makoun (Stade Rennes), Joel Matip (Schalke 04),
Stephane Mbia (Sevilla), Benjamin Moukandjo (Nancy), Landry Nguemo (Girondins
Bordeaux), Edgar Salli (Racing Lens), Alexandre Song (Barcelona).
Atacantes
Vincent Aboubakar (Lorient),
Eric-Maxim Choupo Moting (Mainz), Samuel Eto'o (Chelsea), Mohamadou Idrissou
(Kaiserslautern), Fabrice Olinga (Malaga), Achille Webo (Fenerbahce).
Pode-se dizer que o maior problema
encontrado pela seleção camaronesa nos últimos anos tem sido a falta de
organização e união de sua federação de futebol com os atletas. Ao ponto que
nos últimos dias uma greve foi ameaçada pelos jogadores devido ao não pagamento
da premiação pela qualificação à Copa 2014.
A vaga, aliás, veio depois de uma
primeira fase onde a equipe camaronesa superou as seleções de Togo, Congo e
Líbia. Se classificando a fase final das eliminatórias, onde venceu a Tunísia
na cidade de Yaoundé por 4 a 1, vitória que garantiu os Leões no Brasil 2014,
após um primeiro jogo com placar em 0 a 0 na capital tunisiana, Tunis.
Ainda em termos de relacionamento
comenta-se que o treinador alemão Volker Finke, não conta com
o apoio da maior parte do elenco, além disso os jogadores teriam certos ciúmes da
badalação feito sobre o craque Samuel Eto'o.
A maior estrela camaronesa chega
ao 32 anos mais lento, porém com o mesmo faro de gol e habilidade que podem
fazer a diferença para o time camaronês. Além de Eto'o outros destaques
individuais da equipe são Chupo Moting atacante do Mainz 05 da Alemanha e os
volantes Enoh Eyong do Antalayspor da Turquia, Alexander Song ex-Arsenal e atualmente no
Barcelona, além de Mbia do Sevilla da Espanha.
O estilo de jogo da equipe
africana (joga no esquema 4-1-4-1) é baseado na forte marcação com sua primeira
linha de defesa, um volante (Enoh) e mais quatro homens de meio que colaboram
com a marcação. O jogador com maior liberdade é mesmo Samuel Eto'o, que ainda assim
por vezes troca de função com Moting, saindo como um meia esquerda ou direita.
A vitória sobre Macedônia e o
empate contra a Alemanha mostraram a força deste esquema. O problema é grande
inconstância do time que por vezes comete erros primários em especial em seu
sistema defensivo. O lado esquerdo da defesa com Ekoto e Matip é o ponto fraco da equipe
de Volker Finke, que tem como opção para melhorar o setor o lateral/zagueiro
Bedimo do Lyon da França.
O técnico pode também mudar a
formação, escalando Webo ou Aboubacar como centroavantes recuando Eto’o para o
lado direito ou meia de ligação, formando em determinados situações, em especial diante de adversários mais
frágeis, um 4-2-3-1 com Eto’o, Moting e Moukandjo (ou N’Guemo) com Aboubacar ou
Webo na frente.
"As seleções africanas,
quando surgiram no cenário mundial, deram a impressão que seguiriam um caminho.
Mas não houve a evolução que eu esperava. É uma seleção fisicamente muito
forte, mas tem um momento em que o jogo bruto se sobrepõe ao jogo técnico. Tem
o Eto'o, um atacante excepcional, mas o técnico é um alemão. Não sei se os
europeus conseguem entender que o jogo africano precisa ser um pouco mais
leve", comenta o jornalista do Sportv, Paulo Cesar Vasconcellos.
Futebol camaronês chega a sua sétima Copa cercado de divergências entre jogadores e autoridades do futebol local (Foto:http://futebolportugal.clix.pt) |
Time base: Itandje, Djeugoue, N´Koulou, Matip, Bedimo (Ekoto), Enoh, Mbia, Song, Moukandjo, Moting, Eto'o.
Téc: Volker Finke.
[1]Manu
Dibango (1933-) é um dos músicos mais conhecidos do Camarões, sendo responsável
pela divulgação do estilo Makossa, o mais famoso do seu país. Sua música de
maior sucesso foi Soul Makossa que teve partes de sua letra incorporada, sem autorização de Dibango, por Michael Jackson em "Wanna Be
Startin' Somethin" e Rihanna em "Don't Stop the Music", ambos os artistas
foram processados pelo cantor e saxofonista camaronês.
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